quarta-feira, 31 de março de 2010

UMA OU DUAS VEZES POR ANO

Tivemos um relacionamento curto há muito tempo atrás. Há alguns anos, nos reencontramos por acaso. Ele viaja a trabalho e pelo menos duas vezes por ano passa alguns dias na cidade onde moro. Resumindo o que acontece: ele manda um e-mail algum tempo antes dizendo dia e hora para nos encontrarmos. Nos amamos e depois cada um continua com a sua vida. É um segredo nosso, mas gostaria de compartilhar esta história com as leitoras deste blog.
Funciona assim: Do envio do e-mail até a hora de encontrá-lo, tento não pensar por que, se ficar pensando, o tempo não passa. No dia, banho demorado, perfume, roupa nova. Ele liga dizendo que já está esperando. Pego o carro e vou até ele. A partir do momento que paro o carro e o vejo, pronto, tudo fica nebuloso, como em um transe. Nem as minhas memórias são claras. Me lembro de sair do carro e ir andando até ele. Agora não sei bem se estava andando ou quase correndo antes de abracá-lo. Lembro do cheiro dele. Lembro dele retribuindo o abraço. Lembro de entrarmos no carro e ele me beijar. Lembro da sensação de ser desejada ardentemente por um homem. Lembro de conversarmos até o motel. Lembro de descer do carro e depois lembro de fechar os olhos. Sim, certamente é um transe. Eu lembro de tudo e não me lembro de nada. Só 'acordo' quando chego em casa. Pra mim, o prazer intenso se transforma em dor intensa, mas do mesmo jeito que o prazer veio sem avisar, a dor também acaba indo embora. O que acontece com ele,  não sei dizer, tenho a ilusão romântica que também dói pra ele ficar longe de mim. Passada a 'ressaca' do amor, tudo continua igual... até a chegada da próxima mensagem.

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