segunda-feira, 22 de março de 2010

CONTEI A ELE SOBRE A TRAIÇÃO

Quando saí de casa levando todas as minhas coisas, decidi que era pra nunca mais voltar. Quando fechei aquela porta, deixei ali muitos sonhos e planos não concretizados, mas resolvi que não queria mais aquela vida pra mim. Se era para estar sozinha, eu iria estar sozinha de verdade: a solidão a dois é algo que ninguém merece viver. E fui embora, voltando para minha cidade e para a casa dos meus pais. Sabia que eu e meu marido teríamos ainda muita coisa para tratar, acertar, resolver e que isso seria feito numa boa, pois ambos havíamos decidido pela separação. Portanto, continuamos nos falando por email, msn, telefone e torpedos no celular só o estritamente necessário.
De repente, chegava um torpedo... “Vc está fazendo falta aqui”, “Vc não acha que tudo poderia ser diferente?”, geralmente de madrugada, e eu sempre me mantive firme e achando certa a minha (nossa) decisão da separação. Sempre achei que talvez ele estivesse sofrendo mais do que eu porque estava só agora, e porque tudo estava muito recente, então eram naturais as suas reações de falta e saudade. Sempre disse que ia passar, e que ele tinha que dar um tempo pra isso acontecer. Estava muito tranqüila e segura do que queria pra mim, e mais ainda do que não queria. Ele, por sua vez, na solidão e na dor da separação e da minha ausência, começou a me ver naquele apartamento, a lembrar das coisas boas que vivemos, a sonhar comigo e a se sentir triste, desamparado, deslocado...
Um dia mandei um email meio mal educado pra ele; ele, por sua vez, me respondeu com outro email mal educado expondo o seu ponto de vista sobre a questão, o que deixava cada vez mais claro o quanto era acertada a nossa decisão de separação, já que não falávamos mais a mesma língua. Dentro dessas nossas conversas, ele acabou confessando haver saído com garotas de programa umas 4 vezes durante uma outra crise que tivemos há cerca de 1 ano e meio atrás. Ele me disse que já havia me contado, mas eu não me lembro e eu não me esqueceria de algo assim. Ele também deu indiretas neste email me perguntando (afirmando) se tinha acontecido algo comigo naquela época também, o que eu sempre neguei. Eu achei que ele tinha visto algo no computador, no meu email, sei lá. Hoje acho que o meu email mal educado pode ter sido conseqüência da raiva que fiquei com a história da traição dele, mas não sei a real motivação. Talvez por tudo...

E quando respondi este email dele eu resolvi confessar tudo, mas de uma forma muito rude, como uma vingança mesmo (como se fosse: se você me traiu, eu também posso) e onde eu também queria deixar bem claro que esta minha traição no ano anterior não tinha nada a ver com a nossa separação no momento. Logo depois que ele leu este email ele me ligou querendo saber de tudo e ficamos mais de 2 horas conversando no MSN, quando eu respondi todas as perguntas dele (as mais indiscretas, inclusive), esperando que ali fosse o ponto final até da nossa amizade, mas pelo menos me sentia aliviada. Já estávamos mesmo separados, então pronto! Acabou! Quer saber? Então vai saber de tudo agora! E contei tudo sobre a traição...
O que aconteceu depois disso? Eu volto pra contar...

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