terça-feira, 23 de março de 2010

SUPERANDO UMA PAIXÃO - EM DIÁRIOS (CONTINUAÇÃO)

DIÁRIO 9

Será mesmo que uma paixão pode ser superada? Será que é possível passar por cima deste sentimento e seguir como se nada tivesse acontecido? Me lembro da propaganda de um carro que dizia: "Sua vida te trouxe até aqui." Esta paixão me trouxe até aqui... ela é parte do que sou hoje, o que eu sou hoje não existiria sem esta paixão. Estou pensando que, ao invés de tentar superá-la, esquecê-la, arrancá-la, eu poderia tentar me concentrar naquilo que ela me trouxe de bom: certamente mudou minha concepção sobre a vida, escancarou a minha fragilidade, me fez sentir como uma adolescente de 15 anos (isto não tem preço!!!! Mentira.... tem um preço altíssimo), me fez deixar de ser preconceituosa, me fez retomar antigas amizades pela necessidade urgente de saber se era eu que estava ficando louca ou se o que eu sentia era algo típico de uma mulher.
Bom, tudo isto é muito interessante, mas não muda o fato de eu ser apaixonada por um homem que não é meu, que não está ao meu lado, e quando está, me satisfaz sexualmente e depois some porque é covarde demais pra lidar com o que sente e dar uma reviravolta na sua vida (Prefiro acreditar que ele é covarde do que concluir que ele, na verdade, não me ama). Enquanto supero/esqueço/convivo/me acostumo .... estou vivendo a minha vida. Não deixei de fazer nada. Continuo trabalhando, produzindo, me divertindo. O choro deu uma trégua. É só na hora de fechar os olhos pra dormir.... aquela hora de abraçar o travesseiro ... é a hora que o peito dói, que a garganta seca. São apenas alguns minutos, mas ainda sim, dói.

DIÁRIO 10

Sempre sonho com ele ... mas agora tô tendo o mesmo sonho ... repetidas vezes. Eu tenho um celular e fico tentando ligar pra ele. As vezes não completa, as vezes cai na caixa postal, as vezes não atende, muitas vezes eu não consigo teclar o número direito de tão nervosa.... e eu choro...choro e fico tentando ligar. A NOITE TODA. Acordo exausta, triste, deprimida. Não precisa ser uma especialista em sonhos pra entender... é esta sensação de não ter acesso, de não poder contar, de não ter importância na vida dele. É uma sensação de abandono, como uma criança esquecida pelos pais.

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