terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

OS HOMENS E OS ANIMAIS

Do alto de minha solteirice e dos meus quase 42 anos, quando falo em relacionamento homem-mulher, acho que já vivi de tudo um pouquinho: amores platônicos, amores explosivos, amores calmos e tranqüilos, amores correspondidos, não correspondidos, amores virtuais e paixões!!! Fui amada, mas também desamada, enganada, iludida e traída... e percebi que em muitas dessas experiências, EU fui sabotadora dos relacionamentos. Sabe por que? Simplesmente porque eu não quis escutar a voz da minha intuição. Acontece que só agora, aos quase 42 como já disse, é que estou aprendendo a escutar a intuição e tenho me prometido segui-la a qualquer custo. A intuição nos avisa quando o cara é safado, casado ou complicado demais. A intuição nos diz: “_ Pare de arrumar desculpas para esse cafajeste”. Mas não escutamos, não enxergamos a luz vermelha acesa bem na nossa cara!
Estou começando a viver uma nova história e dessa vez é com um dos “complicados demais”. Já consultei a intuição e até agora está tudo bem... por precaução estou agindo no “amarelo” que significa atenção. Vamos à descrição: divorciado há 5 anos, tem a guarda dos filhos, uma garota de 16 e um garoto de 18. Aparentemente, ainda em luto e com a auto- estima super abalada pelo pé na bunda que levou. A ex, segundo ele, queria ser feliz! Arrumou as malas e se mandou. Ele havia se casado para a vida toda. Sem sombra de dúvidas um homem ferido em seu íntimo! Mas, de jantar em jantar na minha casa, de café da tarde com amigos comuns, de reuniões com amigos meus, churrasco com amigos dele e sessões de cinema, temos nos conhecido melhor. E sabe o que tem sido bom dessa vez? Sinceramente não estou sofrendo. Minha cunhad a que é psicóloga sempre me diz que temos que deixar os relacionamentos se desenvolverem sem criarmos muitas expectativas. Estou tentando seguir a máxima do “não criar expectativas”.
Bem, mas o que isso tem a ver com o título “Os homens e os animais”? Nessa tentativa de não criar expectativas, descobri que meu paquera é uma “TARTARUGA”... lento, devagar nas decisões e ações. Para exercitar a paciência, acho que vou até fazer um estágio no Projeto TAMAR para aprender a lidar com tartarugas. No entanto, percebi que não vejo a hora da tartaruga virar “POLVO” e me envolver em seus tentáculos.

Conclusão: a história de não criar expectativas caiu por terra... olha eu aí esperando a tartaruga virar polvo ou, como diz meu irmão, esperando o dia em que o Pacato (tigre do He-Man) vire Gato Guerreiro (“pelos poderes de Grayskull”).
Ser contraditória talvez esteja em nossa essência de mulher. Me lembrei de um poema que li algum tempo atrás e gostaria de compartilhá-lo com mulheres que, como eu, buscam ser melhores como pessoa e como profissionais e mais felizes e realizadas a cada dia!

VÁRIAS DE MIM
(Silvana Duboc)

Sou assim
Duas de mim
Às vezes três
Quatro... cinco... seis
Sou uma por mês.

Me diversifico
Tem horas que grito
Vivo num conflito
Mostro ao mundo minha dor
Outras horas, só sei falar de amor

A mais romântica
Melodramática
Estática
Chorosa e nervosa
Carente e decadente
Vingativa e inconseqüente

Aí quando menos me percebo
Me transformo em mulher cheia de medo
Cheia de reservas
Coberta de sutilezas
Séria e sem defesa

No minuto seguinte
No papel de mulher fatal
Viro logo a tal
Aí sou dona do mundo
Segura e destemida
Altiva e atrevida.

Rasgo meus segredos ao meio
E exponho num roteiro
De poesia ou texto
Agrido, inflamo

Conto o que ninguém tem coragem de contar
Explico detalhes que é bom nem lembrar
Sou assim
Várias de mim

Sorriso por fora
Angústia toda hora
Por dentro um tormento
No rosto nenhum sofrimento
No corpo uma explosão de prazer
Nos olhos, meu desejo deixo perceber

Melhor nem me conhecer
Fique com minhas letras
Com as minhas palavras
Na vida real sou bem mais complicada

Sou mil
E quem tentou, descobriu
Que viver ao meu lado
É viver dentro de um campo minado
Prestes a explodir
Mas quem esteve nele
Nunca quis fugir

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