sábado, 6 de fevereiro de 2010

FUTILIDADE E UM HOMEM QUE ME SUSTENTE

Não dá pra acreditar que ainda tem mulher procurando um homem que a sustente.
Esta vida é muito engraçada as vezes.... creio que, inconscientemente, minha mãe tentou me criar pra ser uma mulher sustentada pelo marido ... uma mulher com uma certa futilidade ... preocupação com o corpo, com roupas, assim por diante.... não deu muito certo comigo. 
Por outro lado, apesar do meu pai sempre ter podado as iniciativas de evolução da minha mãe no campo profissional, foi ferrenho em relação a educação formal das filhas e a inserção no campo do trabalho .... exemplo disto, foi que o primeiro curso de informática  na minha cidade ocorreu quando eu tinha 13 anos, ele foi lá, fez minha matrícula ... cheguei lá e era a única menina no meio de alguns marmanjos.... é... meu pai me criou pra ser uma mulher independente ....  comecei a trabalhar muito cedo, com 18 anos já estava na faculdade e ganhava um salário com o qual poderia me sustentar... cansei de ficar batendo boca com meus pais sobre onde ir e que horas voltar ...saí de casa e fui morar com algumas amigas.
A única coisa que sinto é que não me dei a oportunidade de ser fútil.... sabe .... aquela coisa de ir ao shopping gastar mais do que pode no cartão do pai ou do marido.... academia no meio da tarde ... pé e mão toda semana .... comprar aquela bolsa de 800 reais e dar um sorrisinho dizendo que foi só uma vez na vida....criar um blog com as amigas e escrever sobre as dificuldades de ser mulher!!!!
Tenho uma amiga que diz que deveríamos ser mais fúteis .... somos sérias demais, estudiosas demais, devotadas demais .... concordo com ela, a futilidade tem seus benefícios.
Muitas das mulheres que eu conheço dizem que o certo seria trabalhar por hobby, que o marido deveria ter o papel principal, algumas dizem que não queriam fazer nada além de cuidar dos filhos e de si mesma e gastar o dinheirão do marido, claro.
Pessoalmente, creio que o relacionamento homem/mulher seja pra criar uma vida juntos ... os dois lutando, enfrentando o mercado de trabalho, se virando pra conquistar coisas que os dois sentem que pertecem a ambos.... comprar um carro juntos, decidindo o valor das parcelas do financiamento ..... mandar o arquiteto fazer uma novo projeto pra sala de estar e jantar.... ficar enforcado pra pagar, mas depois da reforma, entrar na sua sala e dizer... que legal... me sinto bem aqui... nós conquistamos isto. Pode até ter contas bancárias separadas, o importante é tomar a maior parte das decisões finaceiras em conjunto e ter um pequeno espaço pra tomar decisões por si mesma... tipo, comprar um vestido e um par de sapatos sem ter que ficar perguntando pro marido.
É óbvio que, se uma das partes tiver uma proposta de trabalho muito boa, que cobre as duas partes, não vejo porquê ficar dando murro em ponta de faca.... acho que um pode ceder temporariamente para que o outro se desenvolva ... mas tem que ter o sentimento de que o que se ganha... pertençe aos dois.
Foi isto que aconteceu comigo no último ano ... tive que retroceder profissionalmente porque meu marido teve uma oferta muita boa.... logo eu que detesta ficar em casa, cozinhar, que trabalhava quase três períodos e que nunca pedi pra ser fútil. Bom, minhas amigas ficaram putas ... logo você, que adora trabalhar!!!!!! elas dariam tudo pra não ter que dar duro como dão. 
Bom, Deus escreve certo por linhas tortas .... estou encarando este tempo como um intervalo .... um tempo pra realmente cuidar do meu filho (sempre deleguei demais) e poder escrever minha tese com sossego (não de madrugada, caindo de sono e cansaço).
Por fim concluo o óbvio.... nem 8, nem 80 ....  nem totalmente fútil, nem totalmente devotada ao trabalho .... nem sutentando, nem sendo sustentada.... apenas FELIZ, apenas conquistando, apenas vivendo.

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