quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

by Arnaldo Jabor

CASAR-SE DE NOVO
Meus Amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher.As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.
Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo.Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário.Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade.Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher.Minha esposa, se não me engano está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu.O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.
O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo... e isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal.
De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido. Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção? Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo? Faça de conta que você está de caso novo.Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem... Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas.
Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é você, são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração.Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos.Mas não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso.Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar.Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento.Mas se você se separar sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.vNão existe essa tal "estabilidade do casamento" nem ela deveria ser almejada.
O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto.Todo cônjuge precisa evoluir estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no inicio do casamento.Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria família?É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.Portanto descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par.Tenho certeza que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças.Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

FUI AMANTE DO MEU ATUAL MARIDO


Namorei desde os meus 17 anos o meu primeiro marido. Ele foi também meu primeiro homem. Namoramos por quase 8 anos e ficamos casados apenas 1 ano e meio! Neste meio tempo, o meu marido, então namorado, fez amizade com este que seria meu segundo marido. Ou seja, um me apresentou ao outro. Ele também era casado e tendo a mesma profissão que eu, fui trabalhar com ele, até por sugestão do meu namorado, já que na época estava mesmo atrás de um outro lugar para trabalhar. Tudo ia muito bem e SEMPRE fomos apenas bons amigos (apesar de muita gente achar que não pelo que aconteceu depois... o que é compreensível). No nosso casamento, o meu noivo, que ia se tornar marido, chamou o amigo (meu atual marido) para ser nosso padrinho no civil! Ou seja, para quem se perdeu, o meu segundo marido foi o meu padrinho do primeiro casamento!!!
Pois bem. Perdemos contato neste 1 ano e meio de casamento, já que saí do trabalho para ir trabalhar com meu, agora, marido. Quando estávamos bem mal no casamento, já quase no fim, fui viajar com meus pais, justamente para pensar e para darmos um tempo, para que então, na volta, resolvessemos o que fazer. Eis que nesta viagem, encontro com nosso amigo num puro ato do acaso, do destino, ou talvez esteja tudo escrito... quem sabe? Conversamos, ele me perguntou o que estava acontecendo, já que ficara sabendo de que as coisas entre mim e meu marido não iam bem (essas notícias correm...) e, como estava bêbado, talvez num desejo contido há tempos, como depois me confessou, ele me beijou! Eu, me assustei, mas correspondi. Naquele dia falamos muito de nossas vidas, de nossos casamentos, enfim, ficamos juntos e só. No dia seguinte, a ressaca veio, ele me pediu perdão, disse que nada disso devia ter acontecido e que não queria perder a minha amizade. Eu disse que não aconteceu nada que eu não quisesse, até porque eu não estava bêbada, e nós só tínhamos nos beijado. E confesso que mais de 9 anos depois de estar com um homem só, sentindo-me fracassada no casamento, com a autoestima lá embaixo, ter encontrado alguém que me desejasse e ter beijado outra boca foi muito bom, sim! Não senti nem um pouco de culpa! Enfim, disse que poderíamos continuar amigos, é claro, e... VIDA QUE SEGUE! Voltei pra minha cidade e eu e meu marido decidimos pela separação. Eu não credito muito à minha traição esta nossa separação. Ou seja, creio que mesmo que nada tivesse acontecido na viagem, eu teria optado pela separação por tudo o que estávamos vivendo. Mas, eis que o meu amigo começou a me ligar, ficamos juntos mais vezes, o sexo com ele era infinitamente melhor que com o outro, me senti viva de novo, e quando vi estava sendo sua AMANTE!!! Sim, por um período de 2 anos fui amante de um homem casado. Tivemos muitos fins, muitos pontos finais que viraram vírgulas, até me mudei de cidade por um tempo para fazer um curso na tentativa de afastá-lo de mim, já que dizer não era muito difícil! Ele ia atrás de mim e fizemos muitas loucuras juntos. Os meus sentimentos iam de prazer a culpa em segundos, afinal o papel da amante é deplorável! Tudo o que pensava 'dessas mulheres' estava acontecendo comigo. É muito difícil se ver neste papel. Geralmente, colocamos essas 'vadias' como aquelas destruidoras de lares que fazem tudo isso de propósito. Aquelas mulheres fatais que parece que existem só para isso! E eu sabia que eu não era uma dessas. Eu tinha uma família, pais amorosos, uma boa educação, e no entanto, estava me prestando a esse papel. Terminamos incontáveis vezes e voltamos outras 1000 vezes mais. Na verdade, nos apaixonamos, e cada vez era mais difícil de deixá-lo. Sabia que ele voltava pra casa e isso me matava por dentro. Ele dizia que o casamento não ia bem (qual homem casado não diz isso pra amante?), mas continuava casado. Passado um tempo, comecei a cobrar a sua saída de casa (qual amante não faz isso?). E ele me enrolou por muito tempo, arrumando 1000 desculpas, como todo homem casado. Eu colocava prazos, ele não cumpria. Eu chorava, ele me pedia mais tempo, até porque ele tem duas filhas, o que tornava a situação ainda mais complicada. Enfim, fazendo curta uma longa história, nunca mais nos separamos!!! Ele largou tudo pra ficar comigo! Separou-se da mulher após 2 anos, e nos casamos após 5 anos daquele primeiro beijo. Fui amante por 2 anos e 'namoramos' por mais 3... No total estamos juntos há 10 anos! Não me arrependo de nada e também não dou a mínima para quem me rotula como vagabunda... Só a gente sabe o que passa, o que vive e como as coisas vão acontecendo em nossas vidas. Com isso, aprendi a não julgar ninguém. Como já disse Lulu Santos: "Deixa ser pelo coração, se é loucura, então, melhor não ter razão..." Depois eu volto pra contar como é ser madrasta, já que, como disse, ele veio com o kit completo: duas filhas!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

by Marta Medeiros

Pudim

Não há nada que me deixe mais frustradado que pedir Pudim de sobremesa, contar os minutos até ele chegare aí ver o garçom colocar na minha frenteum pedacinho minúscula do meu pudim preferido.Uma só.Quanto mais sofisticado o restaurante,menor a porção da sobremesa.Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,comprar um pudim bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantasvezes a gente quiser,sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de meias porções,de prazeres meia-boca,de aventuras pela metade.A gente sai pra jantar, mas come pouco.Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons. Conquista a chamada liberdade sexual,mas tem que fingir que é difícil(a imensa maioria das mulherescontinua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado,mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá,mas se obriga a ir malhar.E por aí vai. Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...Aí a vida vai ficando sem tempero,politicamente corretae existencialmente sem-graça,enquanto a gente vai ficando melancolicamentesem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.Deixar de lado a régua,o compasso,a bússola, a balança e os 10 mandamentos. Ser ridícula, inadequada, incoerentee não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.Recusar prazeres incompletos e meias porções. Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebeloue disse uma frase mais ou menos assim:'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'.... Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar vários pedaços de pudim, bombons de muitos sabores,vários beijos bem dados,a água batendo sem pressa no corpo,o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.Um dia. Não tem que ser agora.Por isso, garçom, por favor, me traga:um pudim inteiroum sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',uma caixa de trufas bem maciase o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago .